Valor Justo e True and Fair View: Taxonomia, Axiologia e Teleologia dos Conceitos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14392/asaa.2023160307

Palavras-chave:

Valor Justo, True and Fair View, Teoria da Contabilidade

Resumo

Objetivo: Realizar uma incursão nas inter-relações da filosofia da True and Fair View, sob uma perspectiva  lato sensu, e a contabilidade do Valor Justo (Fair Value Accounting), sob uma perspectiva stricto sensu, ao defender as relações teleológicas e axiológicas existentes entre seus conceitos e a práxis contábil.

Método: Nessa perspectiva, mediante análise de discurso dos pressupostos filosóficos da Doutrina da Essência de Hegel e da Natureza da Percepção de Merleau-Ponty, foi desenvolvido um ensaio teórico de caráter crítico- argumentativo acerca dessas inter-relações.

Resultados: Com vistas em contribuir para o debate, os argumentos defendidos culminam na proposição de um Diagrama de Percepção Relacional entre TFV, FVA e a práxis contábil.

Contribuições: Os conceitos de verdade, justiça e fidelidade permeiam a teoria da contabilidade e a prática da  profissão contábil desde seus primórdios. Para além do debate teórico, sua operacionalização tem conferido um papel importante à contabilidade, o de interpretar e julgar os dados da avaliação e incorporá-los nas demonstrações contábeis. Dessa forma, instiga-se o pesquisador a interpretar a essência subjacente à doutrina dos conceitos contábeis para se ampliar as percepções inerentes às formas com as quais eles se materializam na práxis.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Abbagnano, N. (2020). Dicionário de filosofia. São Paulo: WMF Martins Fontes.

Aristóteles (2018). Ética a nicômaco (2 ed.). São Paulo: Martin Claret.

Aristóteles (2019a). Categorias. In: Órganon (3. ed.; pp. 37-82). Bauru: Edipro.

Aristóteles (2019b). Retórica. Bauru: Edipro.

Auditing Practices Board (APB) (2016). International standard on auditing 700 (revised) forming an opinion and reporting on financial statements (pp. 42). Retrieved from: https://www.ifac.org/system/files/publications/files/ISA-700-Revised_8.pdf

Bacon, F. (1620). Novum Órganum. In: Devey, J. (ed.). Novum Organum Edition. New York: P.F. Collier & Son.

Bacon, F. (1620). The instauratio magna: last writings. In: Rees, G, & Jardine, L. (eds.). The Oxford Francis Bacon - XIII. Wotton-Under-Edge, UK: Clarendon Press.

Ball, A., & Haldane, A. (2018). Does the usage of fair value increase systemics risks? In: Livne, G., & Markarian, G. (Eds.), The routledge companion to fair value in accounting (ebk). London: Routledge Taylor & Francis Group.

Barbosa, M. F., & Niyama, J. K. (2020). Uma reflexão sobre a influência do ASOBAT e APB 4 para a estrutura conceitual do IASB. XIV Congresso ANPCONT. Disponível em: http://anpcont.org.br/pdf/2020_CFF262.pdf

Barlev, B., & Haddad, J. R. (2003). Fair value accounting and the management of the firm. Critical Perspectives on Accounting, 14(4), 383-415. https://doi.org/10.1016/S1045-2354(02)00139-9

Beuren, I. M., & Souza, J. C. (2011). Kuhn’s theory of scientific revolutions in accounting articles. Corporate Ownership & Control, 8(2), 77-88. https://doi.org/10.22495/cocv8i2p7

Bunge, M. (1969). La investigación científica: su estrategia y filosofía. Madrid: Siglo XXI de España Editores, S.A.

Bunge, M. (1973). Filosofia da Física. edições 70. Lisboa, Portugal.

Chung, S. G., Goh, B. W., Ng, J., & Yong, K. O. (2017). Voluntary fair value disclosures beyond SFAS 157’s three-level estimates. Review of Accounting Studies, 22(1), 430- 468. https://doi.org/10.1007/s11142-016-9384-9

Cupani, A., & Pietrocola, M. (2002). A epistemologia de Mario Bunge e sua contribuição para o ensino de ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, 19(espec.), 100-125.

Financial Accounting Standard Board (FASB) (2006). Fair value measurements. Statement of Financial Accounting Standards No. 157. FASB.

Financial Reporting Council (FRC) (2014). True and Fair. Financial Reporting Council. https://www.frc.org.uk/getattachment/55214e7d-6e34-4c11-af51-1b0533ec0c95/Paper-True-and-Fair1.pdf

Francis, J., & Schipper, K. (1999). Have financial statements lost their relevance?. Journal of accounting Research,37(2), 319-352.

Hamilton, G., & Ó hÓgartaigh, C. (2009). The third policeman: 'the true and fair view', language and the habitus of accounting. Critical Perspectives on Accounting, 20(8), 910- 920. https://doi.org/10.1016/j.cpa.2009.02.003

Hegel, G. W. F. (2017). Ciência da lógica: a doutrina da essência. (ebk). Rio de Janeiro: Vozes.

Houghton, K. A. (1988). The measurement of meaning in accounting: a critical analysis of the principal evidence. Accounting, Organizations and Society, 13(3), 263-280. https://doi.org/10.1016/0361-3682(88)90004-9

Houghton, K. A. (1987). True and fair view: an empirical study of connotative meaning. Accounting, Organizations and Society, 12(2), 143-152. https://doi.org/10.1016/0361-3682(87)90003-1

International Accounting Standards Boarding (IASB) (2011). International Financial Reporting Standard 13 Fair Value Measurement (pp. 37). IFRS Foundation. https://www.ifrs.org/issued-standards/list-of-standards/

International Accounting Standards Boarding (IASB) (2018). Conceptual Framework for Financial Report. IFRS Foundation. https://www.ifrs.org/issued-standards/list-of-standards/conceptual-framework.html/content/dam/ifrs/publications/html-standards/english/2021/issued/cf/

Iudícibus, S. (2021). Teoria da contabilidade (12. ed.). São Paulo: Atlas.

Iudícibus, S., Niyama, J. K., Oliveira, V. R. F., & Beuren, I. M. (2020). Reflexões sobre as bases filosóficas dos princípios contábeis. Revista Contemporânea de Contabilidade, 17(42), 158-173. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n42p158

Jreige, E. F. (1998). True and fair view: um entrave ou um impulso para a contabilidade?

Caderno de Estudos, 10(17), 35-46. https://doi.org/10.1590/s1413-92511998000100003

Lennard, A. (2018). Fair value and the conceptual framework. In: Livne, G., & Markarian, G. (eds.). The routledge companion to fair value in accounting (ebk) (pp. 1-16). London: Routledge Taylor Anthropology & Francis Group.

Levi-Strauss, C. (1963) Structural anthropology. Doubleday.

Low, C. K., & Koh, H. C. (1997). Concepts associated with the "true and fair view": evidence from Singapore. Accounting and Business Research, 27(3), 195-202. https://doi.org/10.1080/00014788.1997.9729544

Lustosa, P. R. B. (2017). The (Un?) fairness of fair value: SFAS 157, Irving Fisher and GECON. Revista Evidenciação Contábil & Finanças, 5(1), 5-21. https://doi.org/10.18405/recfin20170101

Lyas, C. (1993). Accounting and language. In: Mumford, M. J., & Peasnell, K. V. (eds.). Philosophical perspectives on accounting: essays in honour of Edward Stamp.. London: Routledge Taylor & Francis Group.

Magnam, M., & Parbonetti, A. (2018). Fair value accounting. a standard-setting perspective. In: Livne, G., & Markarian, G. (eds.). The routledge companion to fair value in accounting (ebk). London: Routledge Taylor & Francis Group.

Magnan, M., Menini, A., & Parbonetti, A. (2015). Fair value accounting: information or confusion for financial markets? Review of Accounting Studies, 20(1), 559-591. https://doi.org/10.1007/s11142-014-9306-7

Marques, T. D. O., Niyama, J. K., Souza, R. M., & Schultz, C. A. (2017). Avaliação do value relevance das informações sobre a hierarquia do valor justo das empresas brasileiras. Revista Ambiente Contábil, 9(1), 144-162.

Meneghetti, F. K. (2011). O que é um ensaio-teórico? Revista de Administração Contemporânea, 15(2), 320-332. https://doi.org/10.1590/s1415-65552011000200010

Merleau-Ponty, M. (2015). A natureza da pecepção (1934). In: Merleau-Ponty, M. (ed.). O primado da percepção e suas consequências filosóficas. Belo Horizonte: Autêntica Editora.

Milkman, K. L., Chugh, D., & Bazerman, M. H. (2009). How can decision making be improved? Perspectives on Psychological Science, 4(4), 379-383. https://doi.org/10.1111/j.1745-6924.2009.01142.x

Mora, A., McGeachin, A., Barth, M. E., Barker, R., Wagenhofer, A., & Joos, P. (2019). Fair value accounting: the eternal debate–AinE EAA Symposium, May 2018. Accounting in Europe, 16(3), 237–255. https://doi.org/10.1080/17449480.2019.1664754

Nicoletti, M. C. (2017). A cartilha da lógica (3 ed.). São Paulo: LTC Editora (Grupo Gen).

Niyama, J. K., & Silva, C. A. T. (2021). Teoria da contabilidade (4. ed.). São Paulo: Atlas.

Nobes, C. W., & Parker, R. H. (1991). 'True and fair': a survey of Uk financial directors. Journal of Business Finance & Accounting, 18(3), 359-375. https://doi.org/10.1111/j.1468-5957.1991.tb00600.x

Nouvel, P. (2013). Filosofia das ciências. Campinas, SP: Papirus.

Oehr, T. F., & Zimmermann, J. (2012). Accounting and the welfare state: the missing link. Critical Perspectives on Accounting, 23(2), 134-152. https://doi.org/10.1016/j.cpa.2011.11.010

Pacioli, L. (1494). The rules of double-entry bookkeeping [particularis de computis et scripturis] (2. ed.). IICPA Publications, Internacional Institute of Certified Public Accountants Incorporated. Retrieved from: www.iicpa.com

Paton, W. A. (1922). Accounting theory. New York: The Ronald Press Company.

Ringer, F. K. (2004). A metodologia de Max Weber: unificação das ciências culturais e sociais. São Paulo: Edusp.

Roberts, J., & Wang, T. (2019). Faithful representation as an 'objective mirage': a saussurean analysis of accounting and its participation in the financial crisis. Critical Perspectives on Accounting, 65, 102078. https://doi.org/10.1016/j.cpa.2019.02.005

Roslender, R., & Nielsen, C. (2020). Accounting for the value expectations of customers: Re- imagining the Integrated Reporting initiative. Critical Perspectives on Accounting, 81, 102244. https://doi.org/10.1016/j.cpa.2020.102244

Ryan, J. B. (1988). A true and fair view: a revised "accounting interpretation". Working Paper 1. Faculty of Business - Accounting & Finance Working Papers. https://ro.uow.edu.au/accfinwp/134

Rybakov, V. V. (1997). Admissibility of logical inference rules. Series: Studies in logic and the foundations of mathematics (vol. 136; pp. 279-391). Amsterdã, Holanda: Elsevier. https://doi.org/10.1016/S0049-237X(97)80005-5

Saussure, F. (1967). Cours de linguistique generale.Wiesbaden: Harrassowitz.

Smieliauskas, W. (2013). Argument, audit and principles-based accounting, [in: The Routledge Companion to Accounting Communication] (pp. 228-241). Routledge, London.

Sterling, R. R. (2021). Conservatism: the fundamental principle of valuation in traditional accounting. In: Lee, T. A., & Wolnizer, P. W. (Eds.), The quest for a science of accounting an anthology of the research of Robert R. Sterling. London: Routledge Taylor & Francis Group. https://doi.org/https://doi.org/10.4324/9781003143413

Visoto, M. C. R., Matos, E. B. S., & Niyama, J. K. (2017). Fair value measurement: análise do nível de concordância dos usuários da informação contábil com relação aos critérios propostos na minuta de pronunciamento (ED/2009/5) do IASB. Revista Contabilidade e Controladoria, 9(3), 28-55. https://doi.org/10.5380/rcc.v9i3.50946

Walton, P. (1993). Introduction: the true and fair view in British accounting. European Accounting Review, 2(1), 49-58. https://doi.org/10.1080/09638189300000003

Wanderley, A. C. L. (2018). Consequências filosóficas e epistemológicas do princípio da incerteza e do teorema da incompletude. Recife, PE: Instituto de Formação Humana.

Watts, R. L., & Zimmerman, J. L. (1986). Positive Accounting Theory. Upper Saddle River, NJ: Prentice Hall.

Publicado

2023-11-20

Como Citar

Iudícibus, S. de, Oliveira, V. R. F. de, Niyama, J. K., & Beuren, I. M. (2023). Valor Justo e True and Fair View: Taxonomia, Axiologia e Teleologia dos Conceitos. Advances in Scientific and Applied Accounting, 16(3), 145–157/158. https://doi.org/10.14392/asaa.2023160307

Artigos Semelhantes

> >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

<< < > >>