PARADIGMA E ORDEM DO DISCURSO DA PESQUISA CONTÁBIL BRASILEIRA

Authors

Keywords:

Análise Crítica do Discurso. Ordem do Discurso. Paradigma. Pesquisa Contábil. Positivismo.

Abstract

Evidências sugerem que a pesquisa contábil brasileira passou por uma mudança de paradigma entre o final dos anos 1990 e início dos anos 2000, com a ascensão do positivismo em detrimento de abordagens normativas. Contudo, os estudos sobre este fenômeno têm se concentrado nas características metodológicas da produção analisada, embora a literatura pertinente defina os paradigmas como conjuntos de premissas subjacentes às escolhas metodológicas, sendo compartilhadas por uma comunidade científica. Assim, o objetivo deste estudo é identificar quais são as premissas compartilhadas pela comunidade acadêmica brasileira, contribuindo para caracterizar do positivismo prevalente na pesquisa contábil nacional não apenas como um processo de homogeneização metodológica, mas também discursiva. Para tanto, propõe-se uma análise de 20 artigos sobre as International Financial Reporting Standards (IFRS), conduzida sob os pressupostos teórico-metodológicos da Análise Crítica do Discurso (ACD), buscando-se reconstituir a ordem do discurso associada à prática social da pesquisa contábil no Brasil. Esta análise aponta a subordinação aos interesses da profissão contábil como principal característica do discurso da comunidade acadêmica nacional. Embora as limitações metodológicas não permitam alegar que tais resultados reflitam toda a diversidade da pesquisa contábil conduzida no Brasil, eles indicam que o positivismo prevalente na pesquisa contábil brasileira serve para que a comunidade acadêmica reafirme interesses do campo profissional.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biography

Paulo Frederico Homero Junior

Mestre em Controladoria e Contabilidade (FEA/USP)

References

Baker, C. R., & Bettner, M. S. (1997). Interpretive and critical research in accounting: a commentary on its absence from mainstream accounting research. Critical Perspectives on Accounting, 8(4), 293–310. doi: 10.1006/cpac.1996.0116

Banco Central do Brasil. (2017). Sistema Gerenciador de Séries Temporais. Recuperado em 18 de janeiro, 2017, de https://www3.bcb.gov.br/sgspub/localizarseries/localizarSeries.do?method=prepararTelaLocalizarSeries

BM&FBovespa. (2016). Histórico pessoas físicas. Recuperado em 19 de janeiro, 2017, de http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/servicos/market-data/consultas/historico-pessoas-fisicas/

Borges, E. F., Rodrigues, J. M., Silva, C. A. T., & Santana, C. M. (2011). Paradigmas na pesquisa contábil no brasil: um estudo epistemológico sobre a evolução nos trabalhos de programas de pós-graduação em ciências contábeis. ConTexto, 11(19), 21–30. doi: 10.1073/pnas.0703993104

Bourdieu, P. (1976). Le champ scientifique. Actes de la Recherche en Sciences Sociales, 2, 88–104. doi: 10.3406/arss.1976.3454

Burrell, G., & Morgan, G. (1979). Sociological paradigms and organisational analysis: elements of the sociology of corporate life. Aldershot, UK: Ashgate. doi: 10.1177/003803858001400219

Cardoso, R. L., Oyadomari, J. C. T., & Mendonça Neto, O. R. (2007). Influências da positive accounting nos programas de mestrado em contabilidade: uma análise bibliométrica da produção acadêmica de 2002 a 2005. Brazilian Business Review, 4(2), 158–170.

Chabrak, N. (2012). Money talks: the language of the Rochester School. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 25(3), 452–485. doi: 10.1108/09513571211209608

Chua, W. F. (1986). Radical developments in accounting thought. The Accounting Review, 61(4), 601–632. doi: 10.2307/247360

Chua, W. F. (1996). Teaching and learning only the language of numbers: monolingualism in a multilingual world. Critical Perspectives on Accounting, 7(1), 129–156. doi: 10.1006/cpac.1996.0019

Fairclough, N. (2010). Critical discourse analysis: the critical study of language (2nd ed.). New York: Routledge.

Foucault, M. (1999). A ordem do discurso: aula inaugural no Collège de France, pronunciada em 2 de dezembro de 1970. (L. F. de A. Sampaio, Trad.) (5a ed.). São Paulo: Loyola.

Gendron, Y., & Baker, C. R. (2005). On interdisciplinary movements: the development of a network of support around Foucaultian perspectives in accounting research. European Accounting Review, 14(3), 525–569. doi: 10.1080/09638180500041364

Gendron, Y., & Bédard, J. (2001). Academic auditing research: an exploratory investigation into its usefulness. Critical Perspectives on Accounting, 12(3), 339–368. doi: 10.1006/cpac.2000.0429

Gill, R. (2002). Análise de discurso. In M. W. Bauer & G. Gaskell (Eds.), Pesquisa Qualitativa com Texto, Imagem e Som (2a ed., pp. 244–270). Petrópolis: Vozes.

Glynos, J., & Howarth, D. (2007). Logics of critical explanation in social and political theory. London: Routledge.

Humphrey, C., & Gendron, Y. (2015). What is going on? The sustainability of accounting academia. Critical Perspectives on Accounting, 26, 47–66. doi: 10.1016/j.cpa.2014.09.008

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. (2016). População residente enviada ao Tribunal de Contas da União. Recuperado em 23 de fevereiro, 2016, de ftp://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estimativas_2015/serie_2001_2015_TCU.pdf

Jeanjean, T., & Ramirez, C. (2009). Back to the origins of positive theories: a contribution to an analysis of paradigm changes in accounting research. Accounting in Europe, 6(1), 107–126. doi: 10.1080/17449480902896510

Kuhn, T. S. (1998). A estrutura das revoluções científicas. (B. V. Boeira & N. Boeira, Trads.) (5a ed.). São Paulo: Perspectiva.

Martins, E. A. (2012). Pesquisa contábil brasileira: uma análise filosófica. Tese de Doutorado em Controladoria e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Sikka, P., Willmott, H., & Puxty, T. (1995). The mountains are still there: accounting academics and the bearings of intellectuals. Accounting, Auditing & Accountability Journal, 8(3), 113–140. doi: 10.1108/09513579510094723

Theóphilo, C. R., & Iudícibus, S. de. (2005). Uma análise crítico-epistemológica da produção científica em contabilidade no brasil. Contabilidade, Gestão e Governança, 8(2), 147–175.

Wilkinson, B. R., & Durden, C. H. (2015). Inducing structural change in academic accounting research. Critical Perspectives on Accounting, 26, 23–36. doi: 10.1016/j.cpa.2014.03.002

Published

2017-04-10

How to Cite

Homero Junior, P. F. (2017). PARADIGMA E ORDEM DO DISCURSO DA PESQUISA CONTÁBIL BRASILEIRA. Advances in Scientific and Applied Accounting, 10(1), 039–053. Retrieved from https://asaa.emnuvens.com.br/asaa/article/view/301

Issue

Section

ARTICLES

Similar Articles

> >> 

You may also start an advanced similarity search for this article.

Most read articles by the same author(s)