A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURAÇÃO NA RELAÇÃO ENTRE AS TENSÕES DINÂMICAS E O DESEMPENHO ESTRATÉGICO

Authors

DOI:

https://doi.org/10.14392/ASAA.2019120205

Keywords:

Sistemas de Controle Gerencial, Alavancas de Controle, Tensão Dinâmica, Desempenho Estratégico, Teoria da Estruturação.

Abstract

O tema da pesquisa versa sobre a estruturação social e o Sistema de Controle Gerencial, com o objetivo de verificar a influência exercida pela estruturação social entre as tensões dinâmicas e o desempenho estratégico de cooperativas agropecuárias. Sua contribuição teórica volta-se à relação das alavancas de controle de Simons (1995) como mecanismos para se avaliar o desempenho estratégico com a estruturação social de cooperativas agropecuárias. E, justifica a pesquisa empírica pela necessidade em se conhecer o direcionamento gerencial das cooperativas sob a perspectiva de sistema de crenças e limites, nas práticas gerenciais do controle diagnóstico e interativo, no desempenho estratégico e o seu impacto potencializado pela estruturação social (domínio, significação e legitimação). Utilizou-se uma survey, aplicada a cooperativas do ramo agropecuário constituídas no Brasil, Obteve-se um total de 70 respostas válidas, as quais foram submetidas ao método de análise de Modelagem de Equações Estruturais (MEE) pelo método de Mínimos Quadrados Parciais (PLS). Os resultados indicam que a tensão dinâmica proveniente do uso balanceado dos sistemas de crenças e limites não apresenta influência sobre o desempenho, enquanto a tensão entre os sistemas de controle interativo e controle diagnóstico mostra influência direta sobre o desempenho estratégico. Quanto à análise de mediação, os resultados indicam as estruturas de significação e dominação como mediadoras da relação entre a tensão dinâmica e o desempenho estratégico, enquanto a estrutura de legitimação não se mostrou mediadora. Conclui-se que a tensão entre as alavancas de controle interativo e diagnóstico e entre crenças e limites funciona como meio de estabelecer relações de poder nas organizações, a partir das estruturas sociais de significação e dominação, de modo que os sistemas de controle gerencial têm relação com a criação de estruturas sociais e com o desempenho estratégico. Portanto, ao associar os elementos da teoria e prática observa-se que a relação encontrada entre os pilares de significação e as alavancas de controle pode ser útil para gestores e usuários se pautarem no momento de definição dos desenhos dos controles gerenciais em suas empresas. Sabendo-se o efeito social que os controles componentes de cada uma das alavancas de controle possuem, bem como o resultado do balanceamento das tensões dinâmicas para a criação desse efeito, os gestores podem delimitar mudanças ou reformulações nos controles gerenciais utilizados, de modo a direcionar a criação ou o reforço de um dos pilares da estruturação que melhor convenha às necessidades estratégicas da organização.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Ivan Rafael Defaveri, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Mestre em Contabilidade pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE

Delci Grapegia Dal Vesco, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutora em Contabilidade pela FURB; Professora do Mestrado em Contabilidade da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Carlos Alberto Diehl, Universidade Vale do Rio dos Sinos

Doutor em Engenharia de Produção pela UFSC; Professor do PPGCC da Universidade Vale do Rio dos Sinos

Leandro Augusto Toigo, Universidade Estadual do Oeste do Paraná

Doutor em Contabilidade pela FURB; Professor do Mestrado em Contabilidade da Universidade Estadual do Oeste do Paraná

References

Acquaah, M. (2013). Management control systems, business strategy and performance: A comparative analysis of family and non-family businesses in a transition economy in sub-Saharan Africa. Journal of Family Business Strategy, 4(2), 131-146.

Almeida, D. A. L. C. I., & Beuren, I. M. (2014). Presença dos pilares da teoria da estruturação na controladoria com o processo de convergência contábil. Revista Facultad de Ciencias Económicas: Investigación y Reflexión, 22(1), 79-97.

Arjaliès, D-L. Mundy, J. (2013). The use of management control systems to manage CSR strategy: A levers of control perspective. Management Accounting Research, 24, p: 284-300.

Bedford, D. S. (2015). Management control systems across different modes of innovation: Implications for firm performance. Management Accounting Research, 28, 12-30.

Boucaut, R. (2001). Understanding workplace bullying: A practical application of Giddens’ structuration theory. International Education Journal, 2(4), 65-73.

Buhr, N. (2002). A structuration view on the initiation of environmental reports. Critical Perspectives on Accounting, 13(1), 17-38.

Busco, C. (2009). Giddens’ structuration theory and its implications for management accounting research. Journal of Management & Governance, 13(3), 249-260.

Chenhall, R. H. (2003). Management control systems design within its organizational context: findings from contingency-based research and directions for the future. Accounting, organizations and society, 28(2), 127-168.

Chenhall, R. H. (2005). Integrative strategic performance measurement systems, strategic alignment of manufacturing, learning and strategic outcomes: an exploratory study. Accounting, Organizations and Society, 30(5), 395-422.

Chenhall, R. H., & Moers, F. (2015). The role of innovation in the evolution of management accounting and its integration into management control. Accounting, Organizations and Society, 47, 1-13.

Conrad, L. (2005). A structuration analysis of accounting systems and systems of accountability in the privatised gas industry. Critical perspectives on accounting, 16(1), 1-26.

Defaveri, I. R., Dal Vesco, D. G., & Strassburg, U. (2018). Uso dos SCG no gerenciamento das tensões dinâmicas: uma análise da produção cientifica em periódicos nacionais e internacionais. Revista de Contabilidade da UFBA, 12(2), 201-222.

DeSanctis, G., & Poole, M. S. (1994). Capturing the complexity in advanced technology use: Adaptive structuration theory. Organization science, 5(2), 121-147.

Diehl, C. A., & de Souza, M. A. (2008). Alavancas de Controle: identificando o alinhamento estratégico. Revista Digital del Instituto Internacional de Costos, (2), 41-66.

English, T. (2001). Tension analysis in international organizations: a tool for breaking down communication barriers. The International Journal of Organizational Analysis, 9(1), 58-83.

Englund, H., & Gerdin, J. (2014). Structuration theory in accounting research: Applications and applicability. Critical Perspectives on Accounting, 25(2), 162-180.

Englund, H., Gerdin, J., & Burns, J. (2011). 25 years of Giddens in accounting research: achievements, limitations and the future. Accounting, Organizations and Society, 36(8), 494-513.

Falkheimer, J. (2007). Anthony Giddens and public relations: A third way perspective. Public Relations Review, 33(3), 287-293.

Ferreira, A., & Otley, D. (2009). The design and use of performance management systems: An extended framework for analysis. Management accounting research, 20(4), 263-282.

Fornell, C., & Larcker, D. F. (1981). Structural equation models with unobservable variables and measurement error: Algebra and statistics. Journal of marketing research, 382-388.

Fuchs, C. (2003). Structuration theory and self-organization. Systemic practice and action research, 16(2), 133-167.

Giddens, A. (2003). A constituição da Sociedade. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes.

Hair Jr, J. F., Hult, G. T. M., Ringle, C., & Sarstedt, M. (2014). A primer on partial least squares structural equation modeling (PLS-SEM). Sage Publications.

Heinicke, A., Guenther, T. W., & Widener, S. K. (2016). An examination of the relationship between the extent of a flexible culture and the levers of control system: The key role of beliefs control. Management Accounting Research, 33, 25-41.

Helsen, Z., Lybaert, N., Steijvers, T., Orens, R., & Dekker, J. (2016). Management control systems in family firms: A review of the literature and directions for the future. Journal of Economic Surveys, 31(2), 410-435.

Henri, J. F. (2006). Management control systems and strategy: A resource-based perspective. Accounting, organizations and society, 31(6), 529-558.

Hoque, Z., & Chia, M. (2012). Competitive forces and the levers of control framework in a manufacturing setting: A tale of a multinational subsidiary. Qualitative research in accounting & management, 9(2), 123-145.

Junquilho, G. S. (2003). Condutas gerenciais e suas raízes: uma proposta de análise à luz da teoria da estruturação. Revista de Administração Contemporânea, 7(SPE), 101-120.

Kober, R., Ng, J., & Paul, B. J. (2007). The interrelationship between management control mechanisms and strategy. Management Accounting Research, 18(4), 425-452.

Langfield-Smith, K. (1997). Management control systems and strategy: a critical review. Accounting, organizations and society, 22(2), 207-232.

Lanzara, G. F. (1999). Between transient constructs and persistent structures: designing systems in action. The Journal of Strategic Information Systems, 8(4), 331-349.

Lewis, M. W. (2000). Exploring paradox: Toward a more comprehensive guide. Academy of Management review, 25(4), 760-776.

Macintosh, N. B., & Scapens, R. W. (1990). Management accounting and control systems: a structuration theory analysis. Journal of Management Accounting Research, 3(3), 131-158.

Macohon, E. D. (2015). Assimilação organizacional de sistemas integrados de contabilidade gerencial sob a ótica da teoria da estruturação. Tese de Doutorado. Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, SC, Brasil.

Macohon, E. R., & Facin Lavarda, C. E. (2015). A Tríade de Giddens na Pesquisa em Contabilidade. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 9(3).

Malmi, T., & Brown, D. A. (2008). Management control systems as a package—Opportunities, challenges and research directions. Management accounting research, 19(4), 287-300.

Martins, G. D. A. & Theóphilo, C. R. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. São Paulo: Atlas.

Merchant, K. A., & Otley, D. T. (2006). A review of the literature on control and accountability. Handbooks of management accounting research, 2, 785-802.

Merchant, K. A., & Van der Stede, W. A. (2007). Management control systems: performance measurement, evaluation and incentives. Pearson Education.

Mundy, J. (2010). Creating dynamic tensions through a balanced use of management control systems. Accounting, Organizations and society, 35(5), 499-523.

Nascimento, J. C. H. B., & Macedo, M. A. S. (2016). Modelagem de Equações Estruturais com Mínimos Quadrados Parciais: um Exemplo da Aplicação do SmartPLS® em Pesquisas em Contabilidade. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade (repec), 10(3).

Nisiyama, E. K., Oyadomari, J. C. T., Yen-Tsang, C., & de Aguiar, A. B. (2016). O uso dos sistemas de controle gerencial e técnicas de gestão operacional. Brazilian Business Review, 13(2), 57.

Otley, D. (1999). Performance management: a framework for management control systems research. Management accounting research, 10(4), 363-382.

Oyadomari, J. C. T. (2008). Uso do sistema de controle gerencial e desempenho: um estudo em empresas brasileiras sob a ótica da VBR (Visão Baseada em Recursos). 2008 (Doctoral dissertation, Tese (Doutorado em Ciências Contábeis) -Departamento de Contabilidade e Atuária da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo).

Oyadomari, J. C. T., Frezatti, F., de Mendonça Neto, O. R., Cardoso, R. L., & de Souza Bido, D. (2011). Uso do sistema de controle gerencial e desempenho: um estudo em empresas brasileiras sob a perspectiva da resources-based view. REAd-Revista Eletrônica de Administração, 17(2), 298-329.

Oyadomari, J. C. T., de Lacerda Pedrique, A., de Souza Bido, D., & de Rezende, A. J. (2014). Management control use and decisions in Brazilian health organizations: an exploratory study. Brazilian Business Review, 11(2), 1-32.

Rajesh, R., Pugazhendhi, S., Ganesh, K., Ducq, Y., & Koh, S. L. (2012). Generic balanced scorecard framework for third party logistics service provider. International Journal of Production Economics, 140(1), 269-282.

Raupp, F. M. & Beuren, I. M. (2009) Caracterização da Pesquisa em Contabilidade. In. Beuren, I. M. (Org.). Como elaborar trabalhos monográficos em contabilidade: teoria e prática. São Paulo, Atlas.

Ringle, C. M., Da Silva, D., & Bido, D. D. S. (2014). Modelagem de equações estruturais com utilização do SmartPLS. Revista Brasileira de Marketing, 13(2), 56-73.

Roberts, J., & Scapens, R. (1985). Accounting systems and systems of accountability—understanding accounting practices in their organisational contexts. Accounting, organizations and society, 10(4), 443-456.

Rosa, C. I. L. F., & da Silva, O. H. (2010). Sucessão familiar e cooperativismo: o caso da cooperativa COOPERVAL. Revista NUPEM, 2(2), 153-175.

Simons, R. (1987). Accounting control systems and business strategy: an empirical analysis. Accounting, Organizations and Society, 12(4), 357-374.

Simons, R. (1995). Levers of control: how managers use innovative control systems to drive strategic renewal. Harvard Business Press.

Stones, R. (2005). Structuration theory. John Wiley & Sons, Ltd.

Tessier, S., & Otley, D. (2012). A conceptual development of Simons’ Levers of Control framework. Management Accounting Research, 23(3), 171-185.

Widener, S. K. (2007). An empirical analysis of the levers of control framework. Accounting, organizations and society, 32(7), 757-788.

Published

2019-11-18

How to Cite

Defaveri, I. R., Dal Vesco, D. G., Diehl, C. A., & Toigo, L. A. (2019). A INFLUÊNCIA DA ESTRUTURAÇÃO NA RELAÇÃO ENTRE AS TENSÕES DINÂMICAS E O DESEMPENHO ESTRATÉGICO. Advances in Scientific and Applied Accounting, 1(2), 081–103. https://doi.org/10.14392/ASAA.2019120205

Issue

Section

ARTICLES

Similar Articles

> >> 

You may also start an advanced similarity search for this article.