Impacto da internacionalização no risco financeiro das empresas listadas na B3: análise dos efeitos moderadores do desempenho ESG e dos períodos de crise
DOI:
https://doi.org/10.14392/asaa.2023160204Palavras-chave:
Expansão internacional, Risco financeiro, Desempenho ESG, Períodos de criseResumo
Objetivo: Analisar a relação entre a expansão internacional e o risco financeiro das empresas brasileiras não financeiras de capital aberto, considerando os efeitos moderadores do desempenho ESG e dos períodos de crise.
Método: Utilizou-se como amostra empresas brasileiras não financeiras listadas na B3, no período de 2010 a 2020, e realizou-se regressões lineares múltiplas com efeitos fixos ou aleatórios e com dados em painel, de forma que os resultados foram controlados por variáveis corporativas e macroeconômicas.
Resultados: Empresas com maior grau de expansão internacional tendem a apresentar um maior risco total, no entanto, apresentam um menor risco sistemático. Também se constatou que o desempenho ESG possui um efeito moderador negativo na relação entre expansão internacional e risco financeiro. Ademais, em períodos de crise, empresas mais internacionalizadas e com maior desempenho ESG, tendem a diminuir o seu risco total. Dessa forma, embora a internacionalização possa aumentar o risco financeiro, o desempenho ESG pode ser utilizado como uma estratégia para atenuá-lo, sobretudo em períodos de crise.
Contribuições: O estudo contribui para a teoria por indicar que a expansão internacional se relaciona de forma distinta com o risco total e com o risco sistemático, no contexto das empresas brasileiras. Além disso, a pesquisa indica que o desempenho ESG e os períodos de crise exercem um efeito moderador na relação entre internacionalização e risco financeiro. Também possui implicações práticas, pois pode auxiliar os gestores cujas empresas estão em processo de internacionalização a utilizarem o desempenho ESG como estratégia para atenuar o risco financeiro dessas companhias, sobretudo em períodos de crise.
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