ENVOLVIMENTO DA FAMÍLIA, GERAÇÃO FAMILIAR E AS PRÁTICAS DE CONSERVADORISMO CONTÁBIL
DOI:
https://doi.org/10.14392/asaa.2022150205Palavras-chave:
Conservadorismo contábil, Empresas familiares, Envolvimento familiar, Geração familiarResumo
Objetivo: Consiste em avaliar a relação entre o envolvimento da família e a geração familiar da empresa nas práticas de conservadorismo contábil. A população para este estudo compreende contadores de empresas familiares e não familiares do Brasil. Método: O questionário, que foi o principal instrumento de coleta de dados, foi aplicado em 183 respondentes para obter informações sobre as variáveis analisadas no estudo. A pesquisa foi realizada entre março e julho de 2019. Para a análise dos dados realizou-se a Análise dos Componentes Principais (ACP), correlação e regressão linear múltipla (Ordinary Least Squares - OLS).
Resultado: Os resultados apontam para maior prática de conservadorismo contábil nas empresas familiares se comparado as empresas não familiares. Os achados também revelam que quanto menor o envolvimento da família na administração da empresa, menor o conservadorismo contábil. Além disso, os resultados apontam que a primeira geração de empresas familiares é mais propensa a práticas contábeis mais conservadoras. De maneira geral, percebe-se que a propriedade da empresa sendo familiar pode ser um fator para qualidade da informação contábil.
Contribuição: O estudo contribui ao demonstrar que o envolvimento da família e a respectiva geração que está no poder são determinantes para práticas contábeis mais conservadoras. Ainda, tais resultados contribuem para que os investidores possam tomar decisões de investimento em empresas familiares, pois a geração familiar pode implicar em relatórios de melhor qualidade.
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