O FINANCIAMENTO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS À LUZ DAS TEORIAS PECKING ORDER E MARKET TIMING: EVIDÊNCIAS DA REGIONALIDADE
DOI:
https://doi.org/10.14392/asaa.2021140204Palavras-chave:
Endividamento. Regiões Brasileiras. Fatores Macroeconômicos. Características das Firmas.Resumo
Objetivo: Este estudo tem como objetivo compreender como os fatores macroeconômicos e as características das firmas impactam na definição da estrutura de capital das empresas brasileiras, tendo em vista o contexto regional.
Método: O estudo envolveu 426 empresas brasileiras, não financeiras, listadas na B3 durante o período de 2007 a 2017. Na perspectiva interna, foram utilizadas as variáveis liquidez, ROE, tangibilidade e tamanho, enquanto, na abordagem externa, as variáveis PIB, inflação e a identificação dos períodos de crise, representados pelos anos 2008 e 2015.
Resultados: Os resultados evidenciaram que a maioria das organizações está situada nas regiões sudeste e sul (86%), sendo o controle pelas regiões um fator importante na tomada de decisão a respeito do financiamento das empresas. Além disso, foi corroborada a teoria Pecking Order, no que tange às características das firmas, uma vez que as empresas tendem a priorizar a utilização de recursos internos ao de terceiros, especialmente em momentos de recessão econômica, quando há maior impacto nos lucros empresariais. No entanto, não foi ratificada a teoria Market Timing, o que sugere que as empresas não tendem a observar as janelas de oportunidade para a emissão dos títulos.
Contribuições: É relevante investigar como as decisões de financiamento das empresas são impactadas por questões que vão além das características das firmas, isto é, como elas sofrem a influência do ambiente no qual estão inseridas, sobretudo no que tange aos fatores macroeconômicos e ao contexto regional. Desse modo, entende-se que esta pesquisa avança na literatura não só por abranger os fatores externos, mas também por considerar as diferenças regionais do Brasil.
Downloads
Referências
Ahuja, B. R., & Kalra, R. (2020). Impact of macroeconomic variables on corporate capital structure: a case of India. Managerial Finance. Vol. ahead-of-print No. ahead-of-print.
Allini, A., Rakha, S., McMillan, D. G., & Caldarelli, A. (2018). Pecking Order and Market Timing Theory in Emerging markets: The case of Egyptian firms. Research in International Business and Finance, 44(1), 297-308.
Azevedo, E. B., Oliveira, A. G., Buch, C. L., Cavalcante Nascimento, T. & Silva, C. L. (2018). Corrupção, governança e desenvolvimento: uma análise seccional de dados para o Brasil. GCG Georgetown University – Universia, 12(1), 48-62.
Baker, M., & Wurgler, J. (2002). Market Timing and Capital Structure. The Journal of Finance, LVII (1).
Bastos, D. D., Nakamura, W. T., & Basso, L. F. C. (2009). Determinantes da Estrutura de Capital das Companhias Abertas na América Latina: Um Estudo Empírico Considerando Fatores Macroeconômicos e Institucionais. Revista de Administração Mackenzie (RAM), 10(6), 47-77.
Bernardo, C. J., Albanez, T., & Securato, J. R. (2018). Fatores Macroeconômicos e Institucionais, Composição do Endividamento e Estrutura de Capital de Empresas Latino-Americanas. Brazilian Business Review, 15(2), 152-174.
Brighetti, E., & Albanez, T. (2019). Decisões de Financiamento de Empresas Brasileiras em Cenários de Crise sob a Perspectiva da Teoria de Pecking Order. In. XVI CONGRESSO USP DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA EM CONTABILIDADE, 2019, USP. Anais [....] São Paulo: Universidade de São Paulo.
Cardoso, V. R. S., & Pinheiro, M. C. (2020) Influência da recessão e das variáveis macroeconômicas sobre a estrutura de capital setorial. Revista Contabilidade & Finanças, 31(84), 392-408.
Enright, M. J. (2005). The roles of regional management centers. MIR: Management International Review, 45(1), 83-102.
Frank, M. Z., & Goyal, V. (2009). Capital Structure Decisions: Which Factors Are Reliably Important? Financial Management., 38(1), 1-37.
Franzotti, T. D. A., Valle, M. R. (2020). Impacto de crises sobre investimentos e financiamentos de companhias brasileiras: abordagem no contexto de restrições financeiras. Brazilian Business Review, 17(2), 233-252.
Gil, A. C., Oliva, E. C., Novais, M. B. C., & Silva, E. C. (2013). Fundamentos Científicos da Gestão para o Desenvolvimento da Regionalidade. Revista de Ciências da Administração, 15(35), 68-81.
Greene, W.H. (2002). Econometric Analysis. 5th Edition, Prentice Hall, Upper Saddle River, 802.
Jahanzeb, A. (2013). Trade-Off Theory, Pecking Order Theory and Market Timing Theory: A Comprehensive Review of Capital Structure Theories. Economics Bulletin, 33(1), 1-6.
Kayo, E. K., & Kimura, H. (2011). Hierarchical determinants of capital structure. Journal of Banking & Finance, 35(2), 358-371.
Modigliani, F., & Miller, M. H. (1958). The cost of capital, corporation finance and the theory of investment. The American Economic Review, 48(3), 261-297.
Muhammad, M., Yet, C. E., Tahir, M., Nasir, A. M. (2020). Capital structure of family firms: the effect of debt and equity market timing. Journal of Family Business Management, Vol. ahead-of-print No. ahead-of-print, 2020.
Myers, S. C. (1984). Capital structure puzzle. The Journal of Finance, 39(3), 575-592.
Myers, S., Majluf, N. (1984). Corporate financing and investment decisions when firms have information that investors do not have. Journal of Financial Economics, 13(2), 187-222.
Pettinati, A. (2012). Regionalidade e Organizações-Programa de Pós Graduação em Administração da Universidade de São Caetano do Sul, Páginas & Letras, 2012. 250p. Gestão & Regionalidade, 28(83), 129-130.
Pozenato, J. C. (2001). Algumas considerações sobre região e regionalidade. Filosofia: diálogo de horizontes. Caxias do Sul: Educs, 589-591.
Rajan, R. & Zingales, L. (1995). What do we know about capital structure? Some evidence from international data. The Journal of Finance, 50(5), 1421-1460.
Santos, M. A. (2013). Determinantes da estrutura de capital de empresas em diferentes cenários econômicos e institucionais: um estudo comparativo. Dissertação de Mestrado - Departamento de Contabilidade, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto.
Setyawan, I. R. (2011). An Empirical Study on Market Timing Theory of Capital Structure. International Research Journal of Business Studies, 4(2), 103-199.
Uff, R. H. (2010). Região, regionalização e regionalidade: questões contemporâneas. Antares: Letras e Humanidades, 1(3), 02-24.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Advances in Scientific and Applied Accounting
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os direitos autorais para artigos publicados no ASAA Journal são do autor, com direitos de primeira publicação para a revista. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não comerciais. O ASAA Journal permitirá o uso dos trabalhos publicados para fins não comerciais, incluindo direito de enviar o trabalho para bases de dados de acesso público. Os artigos publicados são de total e exclusiva responsabilidade dos autores. Não há encargos para submissão/publicação ou taxas para processamento de artigos (Articles Processing Charge - APC).