E SE A MÁSCARA CAIR? FENÔMENO IMPOSTOR, CARACTERÍSTICAS PESSOAIS E BACKGROUND FAMILIAR DOS PÓS-GRADUANDOS STRICTO SENSU DA ÁREA DE NEGÓCIOS
DOI:
https://doi.org/10.14392/asaa.2020130306Palavras-chave:
Fenômeno Impostor, Características Pessoais, Background Familiar, Pós-Graduação Stricto Sensu, Área de Negócios.Resumo
Objetivo: Este estudo objetiva identificar os grupos de pós-graduandos stricto sensu da área de negócios que possuem níveis mais elevados de intensidade do Fenômeno Impostor (FI) a partir das características pessoais e do background familiar.
Método: Foram obtidas 1.816 participações válidas que representam 11,37% da população de pós-graduandos de cursos brasileiros de mestrado acadêmico, mestrado profissional e doutorado acadêmico em Administração, Contabilidade e Economia matriculados em 2018. O FI foi mensurado por meio da escala Clance Impostor Phenomenon Scale e as variáveis de agrupamento foram: gênero, cor e etnia, modalidade de Ensino Médio, nível de escolaridade da figura materna e paterna, e por fim, geração ao ingressar no Ensino Superior e na pós-graduação stricto sensu. Os dados foram analisados por meio do teste de Kruskal-Wallis com post hoc de Mann-Whitney.
Resultados: A forma como o Fenômeno Impostor é vivenciado é diferente entre os gêneros, evidenciando a importância de abordar o FI como um constructo bidimensional. Para a modalidade de Ensino Médio verificou-se que alunos de escolas particulares possuem maiores níveis de impostorismo, assim como os que a figura paterna e materna possuem ensino médio completo. Discentes da segunda geração a ingressar no ensino superior também apresentaram maior nível de sentimentos impostores, enquanto a cor e etnia e geração a ingressar na pós-graduação stricto sensu não apresentaram significância.
Contribuição: A bidimensionalidade do FI, a lente da Teoria da Atribuição, a confrontação com as premissas da literatura e as considerações práticas para minimizar o impostorismo apresentam-se como as principais implicações da pesquisa.
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