CAPACIDADE PREDITIVA DA DRE: A ESCOLHA NORMATIVA BRASILEIRA FAVORECE?
DOI:
https://doi.org/10.14392/asaa.2020130303Palavras-chave:
Qualidade da informação, Escolhas contábeis, Despesas por função, Despesas por natureza, Previsão de analistasResumo
O objetivo deste estudo é analisar se a obrigatoriedade de apresentação das despesas por função na face da DRE no Brasil afeta a capacidade preditiva dos usuários, especialmente dos analistas, mesmo com a apresentação também obrigatória das despesas por natureza nas notas explicativas. Para tanto, foram analisadas 54 empresas brasileiras de capital aberto, durante um período de cinco anos, utilizando-se como metodologia a abordagem de análise de dados em painel. Com base nos resultados obtidos, nota-se que a classificação das despesas por natureza é mais preditiva de lucro futuro quando comparada à classificação por função. No entanto, as evidências sugerem que os analistas utilizam a informação apresentada na DRE (por função) para realizarem projeções, mesmo com a disponibilidade das despesas por natureza em nota explicativa, o que pode afetar a sua assertividade. Ademais, é possível inferir que o erro nas projeções dos analistas tende a ser maior quando eles analisam empresas com alto nível de custos fixos embutidos. Assim, o artigo contribui com a literatura de escolhas contábeis ao trazer evidências de que a restrição imposta por meio de normatização ao método de apresentação das despesas na DRE pode limitar a capacidade preditiva das informações contábeis a nível nacional, além de influenciar a qualidade das projeções dos analistas de mercado.
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