CICLO ORÇAMENTÁRIO POLÍTICO: UMA ANÁLISE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14392/asaa.2021140104

Palavras-chave:

Ciclo Orçamentário Político, Regressão Tobit, Painel de Dados

Resumo

Objetivo: o estudo investiga o comportamento das despesas empenhadas, gastos com investimento e captação de empréstimo em período eleitoral nos municípios brasileiros com população igual ou superior a 50 mil habitantes, bem como, se esses mesmos municípios cumprem as exigências legais a respeito da fonte e limite de recursos orçamentários em ano de eleição, conforme preconiza a Lei nº 11.300/06, no período de 2000-2016.
Método: A amostra da pesquisa representa 66% da população brasileira. O método aplicado para análise dos dados foi regressão tobit em dados em painel, agrupados por municípios, correspondentes a 353 municípios, 5 regiões e 6001 observações.
Resultados: Os achados indicam que não há mudanças das despesas empenhadas antes, durante e após o período eleitoral, independente de igualdades partidárias e eleição em dois turnos. Já no que tange aos gastos com investimentos e captação de empréstimos em período eleitoral, o estudo sugere aumento médio em 9% e 68% respectivamente, com maior intensidade quando há igualdade partidária entre governos municipais e estaduais, principalmente em processo de reeleição. Quanto ao cumprimento das exigências legais sobre uso de recursos orçamentários em ano eleitoral, o estudo
indica que os governos locais não cumprem as instruções normativas vigentes.
Contribuições: Considerando que não há consenso na literatura especializada sobre o comportamento dos gastos públicos, este estudo contribui para a literatura e futuras pesquisas porquê inova por meio de método estatístico robusto e eficaz, a evidenciação do comportamento dos gastos nos governos
locais em período eleitoral.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Gilberto Crispim, Universidade Federal de Goiás - UFG

Departamento de Contabilidade e Administração

Leonardo Flach, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Departamento de Ciencias Contábeis e do Programa de Pós-Graduação de Contabilidade

Luiz Alberton, Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC

Departamento de Ciencias Contábeis e do Programa de Pós-Graduação de Contabilidade

Celma Duque Ferreira, Universidade Federal de Goiás-UFG

Departamento de Ciencias Contábeis

Referências

Aidt, T.S. & Mooney, G. (2014). Voting suffrage and the political budget cycle: Evidence from the London Metropolitan Boroughs 1902–1937. Journal of Public Economics, 112, 53-71.

Aidt, T.S., Veiga, F. J. & Veiga, L.G. (2011). Election results and opportunistic policies: A new test of the rational political business cycle model. Public Choice, 148, 21-44.

Alesina, A., Roubini, N., Cohen, G.D. (1997). Political Cycles and the Macroeconomy.

MIT Press, Cambridge MA.

Aquino, A. C. B. & Azevedo, R. R. (2017). Restos a pagar e a perda da credibilidade orçamentária. Revista de Administração Pública (RAP). 51(4), 580-595. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7612163584

Balaguer-Coll, M.T., Brun-Martos, M.I. & Forte, A., Tortosa-Ausina, E. (2015). Local governments’ re-election and its determinants: New evidence based on a Bayesian approach. European Journal of Political Economy, 39, 94-108.

Brender, A. & Drazen, A. (2008). How do budget deficits and economic growth affect reelection prospects? Evidence from a large panel of countries. American Economic Review, 98, 2203–2220.

Cameron, A. C. & Trived, P. K. (2009). Microeconometrics using stata. Revised edition. College Station: Stata Press.

Cavalcante, P. (2016). Desempenho fiscal e eleições no Brasil: uma análise comparada dos governos municipais. Rev. Adm. Pública. 50(2), 307-330. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7612146623.

Chortareas, G., Logothetis, V. & Papandreou, A. A. (2016). Political Budget Cycles and Reelection Prospects in Greece’s Municipalities. European Journal of Political Economy. 43, 1-13.

Deliberador, G. S. & Komata, N. B. (2008). Reeleição nas eleições municipais de 2008. In: Caggiano, M. H. S. (org.). Comportamento eleitoral. Barueri: Manole, 63-90.

Downs, Anthony. (1957). An economic theory of political action in a democracy. Journal of Political Economy, 65(2), 135-150.

Drazen, A. (2008). Political business cycles, In: Durlauf, S.N., Blume, L.E. (Eds.), The New Palgrave Dictionary of Economics, 2nd ed. Palgrave Macmillan, Basingstoke, Hampshire.

Drazen, A. & Eslava, M. (2010). Electoral manipulation via voter-friendly spending: Theory and evidence. Journal of Development Economics, 92, 39-52.

Franzese, R.J. & JUSKO, K.L. (2006). Political-economic cycles. In: Weingast, B.R., Wittman, D.A. (Eds.). The Oxford Handbook of Political Economy. Oxford University Press, 545-564.

Galli, E. & ROSSI, S.P.S. (2002). Political budget cycles: The case of the Western German Länder. Public Choice, 110, 283-303.

Hesketh, R. S., Toulopoulou, T. & Murray, R. M. (2001). Multilevel Modeling of Cognitive Function in Schizophrenic Patients and Their First Degree Relatives. Multivariate Behavioral Research, 36(2).

Hoechle, D. (2007). Robust standard errors for panel regressions with cross-sectional dependence. Stata Journal. 7(3), 281-312.

KEY Jr. & Valdimer, O. (1966). The responsible electorate: rationality in presidential voting, 1936-1960. Cam¬bridge, Mass: The Belknap Press of Harvard University Press.

Krishnakumar, J., Martin, Marc-Jean & Soguel, N. (2010) Explaining Fiscal Balances with a Simultaneous Equation Model of Revenue and Expenditure: A Case Study of Swiss Cantons Using Panel Data. Public Financial Publications, Inc. 2010

Lee, Robert. D. Jr., Johnson, R. W. & Joyce, P.G. (2008). Public budgeting systems. 8. ed. Boston: Jones and Bartlett Publishers.

Macrae Jr, Duncan. (1977). Introducing Undergraduates to Public Policy Analysis by the Case Method. Policy Studies Journal. Doi: 10.1111/j.1541-0072.1977.tb01332.x

Martins, R. C. A. (2002). As Teorias de Ciclos Políticos e o Caso Português. Grupo de Estudos Monetários e Financeiros (GEMF). Recuperado de: em 03 de janeiro, 2018, de http://www4.fe.uc.pt/gemf/estudos/ pdf/2002/gemf02_05.pdf. Acesso: janeiro/208.

Nakaguma, M. Y. & Brender, A. (2010). Siegfried. Ciclos políticos e resultados eleitorais: um estudo sobre o comportamento do eleitor brasileiro. Rev. Bras. Econ. 64(1), RJ. Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S0034-71402010000100001.

Nordhaus, W. (1975). The political business cycle. Review of Economic Studies, 42, 169–190.

Paldam, M. (1997). Political cycles. In: Mueller, Denis C. (Ed.), Perspectives on Public Choice. A Handbook. Chapter 16. Cambridge University Press, Cambridge, UK, 342–370.

Pelagidis, T. & Mitsopoulos, M. (2009). Vikings in Greece: Kleptocratic interest groups in a closed, rent-seeking economy. Cato Journal, 29, 399-416.

Peltzman, S. (1992). Voters as fiscal conservatives. The Quarterly Journal of Economics, 107, 327–361.

Phelps, E.S. (2015). The foundations of Greece’s failed economy [www Document]. Project Syndicate. Available at. Recuperado de: https://www.projectsyndicate. org/commentary/foundation-of-greeces-failed-economy-byedmund-s--phelps-2015-09. Acesso: janeiro, 2018

Queiroz, J. P. (2013). Despesas públicas e o período eleitoral: um estudo nos municípios do Rio Grande do Norte no período de 2005 a 2012. UFRN. Mossoró. CDD.336, 1-57.

Rogoff, K & Silbert, A. (1988). Elections and macroeconomic policy cycles. Review of Economic Studies, 55, 1–16.

Sakurai, S. N. & Menezes-Filho, N. A. (2008). Fiscal policy and reelection in Brazilian municipalities. Public Choice, 137, 301–314.

Sakurai, S. N. (2009). Ciclos políticos nas funções orçamentárias dos municípios brasileiros: Uma análise para o período 1990-2005 via dados em painel. Estudos Econômicos, 39(1), 39–58.

Sakurai, S. & Menezes-Filho, N. (2011). Opportunistic and partisan election cycles in Brazil: new evidence at the municipal level. Public Choice, 148, 233–247.

Shi, M. & Svensson, J. (2003). Political Budget Cycles: A Review of Recent Developments. Nordic Journal of Political Economy, 29, 67-76.

Shi, M. & Svensson, J. (2006). Political budget cycles: Do they differ across countries and why? Journal of Public Economics, 90, 1367-1389.

SJahrir, B.S., Kis-Katos, K. & Schulze, G.G. (2013). Political budget cycles in Indonesia at the district level. Economics Letters, 120, 342–345.

Tobin, J. (1958). Estimation of Relationships for Limited Dependent Variables. The Econometric Society. 26(1), 24-36. Doi: 10.2307/1907382. http://www.jstor.org/stable/1907382.

Tufte, E. (1978). Political control of the Economy. New Jersey: Princeton University Press.

Vasconcelos, R.D., Ferreira Jr, S. & Nogueira Jr, R. P. (2013). A dinâmica da execução orçamentária federal do Brasil sob a ótica dos ciclos políticos eleitorais, 1985-2010. Economia Aplicada, 17(3), 325-354.

Veiga, L. & Veiga, F. (2007). Political business cycles at the municipal level. Public Choice, 131, 45–64.

Vergne, C. (2009). Democracy, elections and allocation of public expenditures in developing countries. Eur. J. Polit. Econ. 25(1), 63–77.

Watson, J. B. (1913). Pysichology as the behaviorist views it. Psychological Review, 1, 158-77.

Capovilla, R. A., Gonçalves, R. S., Dantas, J. A. & Oliveira, A. B. S. (2018). Modelo de maturidade de estruturas de controle interno em organizações governamentais. Advances in Scientific and Applied Accounting – ASAA, 11(2), 267-289.

Fernandes, E. S. & Bezerra Filho, J. E. (2016). Subsistema de infrmações de custos no setor público: proposta de um modelo de mensuração e acumulação com base no regime de competência. Advances in Scientific and Applied Accounting – ASAA, 9(2), 204-223.

Conraria, L.A., Magalhães, P. C. & Soares, M. J. (2013). The nationalization of electoral cycles in the United States: a wavelet analysis. Public Choice, 156, 387-408. Doi: https://link.springer.com/article/10.1007/s11127-012-0052-8

Corvalan. A., Cox, P. & Osorio, R. (2018). Indirect political budget cycles: Evidence from Chilean municipalities. Journal of Development Economics, 133, 1-14. Doi: https://doi.org/10.1016/j.jdeveco.2018.01.001.

Pierskalla, J. H. & Sacks, A. (2018). Unpaved oad Ahead: The Consequences of Election Cycles for Capital Expenditures. The Journal of Politics, 80(2). Doi: http://dx.doi.or/10.1086/694547.

Garmann, S. (2017). Political budget cycles and divided government. Political budget cycles and divided government. Regional Studies, DOI: http://dx.doi.org/10.1080/00343404.2017.1316839.

Goeminne, S. & Slmoders, C. (2014). Politics and Public Infrastructure Investments in Local Governments: Empirical Evidence from Flemish Municipalities (1996–2009). Local Government Studies, 40(2), 182-202. DOI: http://dx.doi.org/10.1080/03003930.2013.790813

Gregor, Jirl. (2016). POLITICAL BUDGET CYCLES IN THE EUROPEAN UNION. 64(71). DOI: http://dx.doi.org/10.11118/actaun201664020595

Guo, G. (2009). China’s Local Political Budget Cycles. American Journal of Political Science, 53(3), 621–632

Publicado

2021-06-30

Como Citar

Crispim, G., Flach, L., Alberton, L., & Ferreira, C. D. (2021). CICLO ORÇAMENTÁRIO POLÍTICO: UMA ANÁLISE NOS MUNICÍPIOS BRASILEIROS. Advances in Scientific and Applied Accounting, 14(1), 106–123 / 124. https://doi.org/10.14392/asaa.2021140104

Edição

Seção

ARTIGOS