POLÍTICAS CONTÁBEIS RECOMENDADAS NAS NORMAS E ESCOLHAS CONTÁBEIS PREDOMINANTES EM COMPANHIAS ABERTAS E FECHADAS NO BRASIL

Autores

  • Denise Mendes da Silva Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
  • Vinícius Aversari Martins Universidade de São Paulo (USP)

Palavras-chave:

Políticas contábeis. Escolhas contábeis. IFRS. Características corporativas.

Resumo

O objetivo deste estudo é identificar as escolhas contábeis predominantes realizadas em companhias abertas e fechadas no Brasil durante e após a adoção do IFRS e se tais escolhas correspondem às recomendações de políticas contábeis preferenciais constantes nas normas (CPC/IFRS). Para isso, as escolhas contábeis observáveis nas demonstrações contábeis de 75 grandes companhias, no período de 2008 a 2013, foram coletadas e confrontadas com as respectivas políticas contábeis preferenciais recomendadas pelos órgãos normatizadores (CPC/IASB). Foram encontrados e analisados 10 eventos econômicos em cujas normas constam mais de uma opção igualmente válida para sua contabilização, porém com recomendação, dentre elas, de uma política contábil preferencial para ser utilizada. A principal contribuição deste estudo é fornecer indicativos de como as grandes empresas no Brasil estão utilizando a flexibilidade constante no IFRS para elaboração e divulgação de informações contábeis. Estudos dessa natureza podem sinalizar aos órgãos reguladores e emissores de normas contábeis como está sendo aplicada a flexibilidade existente. Os resultados demonstram que nas companhias analisadas há um padrão típico de escolhas contábeis efetuadas, ou seja, há escolhas contábeis predominantes. Explicações sobre esse fato relacionam-se às características corporativas, tais como o setor, a estrutura de propriedade e controle e a auditoria. Outras explicações podem estar relacionadas ao desejo dos gestores de não mudarem as políticas contábeis das empresas ao longo do tempo (manutenção do status quo) e à existência de um benchmarking (políticas contábeis recomendadas nas normas).

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Denise Mendes da Silva, Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Doutora em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP); Docente da Faculdade de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Uberlândia (FACIC/UFU)

Vinícius Aversari Martins, Universidade de São Paulo (USP)

Doutor em Controladoria e Contabilidade pela Universidade de São Paulo (USP); Docente da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (FEARP/USP)

Referências

Andrade, M. E. M. C. (2015). Desafios na mensuração dos ativos para formação das tarifas no setor de distribuição de energia elétrica: diagnóstico e propostas de equacionamento. Tese de Doutorado, Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.

Andrade, M. E. M. C., Silva, D. M., & Malaquias, R. F. (2013). Escolhas contábeis em propriedades para investimento. Revista Universo Contábil, 9(3), 22-37.

Astami, E. W., & Tower, G. (2006). Accounting-policy choice and firm characteristics in the Asia Pacific region: An international empirical test of Costly Contracting Theory. The International Journal of Accounting, 41, 1-21.

Baik, B., Hyunkwon, C., Wooseok, C., & Kwangjin, L. (2016). Who classifies interest payments as financing activities? An analysis of classification shifting in the statement of cash flows at the adoption of IFRS. J. Account. Public Policy, 35(4), 331-351.

Bradbury, M. (2011). Direct or Indirect Cash Flow Statements? Australian Accounting Review, 57(21), 124-130.

Botinha, R. A., & Lemes, S. (2016). Escolha do uso do valor justo para propriedades para investimentos: uma influência das características de empresas listadas na BM&FBovespa e na Nyse. Advances in Scientific and Applied Accounting, 9(1), 22-40.

Caixe, D. F., & Krauter, E. (2013). A influência da estrutura de propriedade e controle sobre o valor de mercado corporativo no Brasil. Revista Contabilidade & Finanças, 24(62), 142-153.

Cole, V., Branson, J., & Breesch, D. (2014). Determinants Influencing the IFRS Accounting Policy Choices of European Listed Companies. [Working Paper]. Retrieved December 1, 2014, from: http://ssrn.com/abstract=2217498 or http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.2217498.

Costa, T. A., Silva, A. H. C., & Laurencel, L. C. (2013). Escolha de práticas contábeis: um estudo sobre propriedades para investimento em empresas brasileiras não financeiras de capital aberto. Revista de Contabilidade e Organizações, 18, 25-36.

Fields, T. D., Lys, T. Z., & Vincent, L. (2001). Empirical research on accounting choice. Journal of Accounting and Economics, 31, 255-307.

Guerreiro, M. S., Rodrigues, L. L., & Craig, R. (2012). Voluntary adoption of International Financial Reporting Standards by large unlisted companies in Portugal – Institutional logics and strategic responses. Accounting, Organizations and Society, 37, 482-499.

Hales, J., & Orpurt, S. F. (2013). A Review of Academic Research on the Reporting of Cash Flows from Operations. Accounting Horizons, 3, 539-578.

Haller, A., & Wehrfritz, M. (2013). The impact of national GAAP and accounting traditions on IFRS policy selection: Evidence from Germany and the UK. Journal of International Accounting, Auditing and Taxation, 22, 39-56.

Israeli, D. (2015). Recognition versus disclosure: evidence from fair value of investment property. Review of Accounting Studies, 20(4), 1457-1503.

KPMG, & Von Keitz, I. (2006). The application of IFRS: choices in practice. London: KPMG.

Lorencini, F. D., & Costa, F. M. (2012). Escolhas contábeis no Brasil: identificação das características das companhias que optaram pela manutenção versus baixa dos saldos do ativo diferido. Revista Contabilidade & Finanças, 23(58), 52-64.

Lourenço, I. C., & Curto, J. D. (2010). Determinants of the Accounting Choice between Alternative Reporting Methods for Interests in Jointly Controlled Entities. European Accounting Review, 19(4).

Marques, T. A., Guimarães, T. M., & Peixoto, F. M. (2015). A concentração acionária no Brasil: análise dos impactos no desempenho, valor e risco das empresas. Revista de Administração Mackenzie, 16(4), 100-133.

Martínez, J. A., Martínez, F. G., & Diazaraque, J. M. M. (2011). Optional accounting criteria under IFRSs and corporate characteristics: evidence from Spain. Revista de Contabilidad – Spanish Accounting Review, 14(1), 59-85.

Murcia, F. D., Souza, M. M., Wuergues, A. F. E., & Duarte, G. (2013). Realização ou estorno da reserva de reavaliação: fatores determinantes da escolha das companhias abertas no Brasil após o advento da Lei 11.638/07. Advances in Scientific and Applied Accounting, 6(1), 112-133.

Nobes, C. (2006). The survival of international differences under IFRS: towards a research agenda. Accounting and Business Research, 36(3), 233-245.

Nobes, C. (2011). IFRS Practices and the Persistence of Accounting System Classification. Abacus, 47(3), 267-283.

Nobes, C. (2013). The continued survival of international differences under IFRS. Accounting and Business Research, 43(2), 83-111.

Pinto, M. J. T., Martins, V. A., & Silva, D. M. (2015). Escolhas contábeis: o caso brasileiro das propriedades para investimento. Revista Contabilidade & Finanças, 26(69), 274-289.

Quagli, A., & Avallone, F. (2010). Fair Value or Cost Model? Drivers of Choice for IAS 40 in the Real Estate Industry. European Accounting Review, 19(3), 461-493.

Scherer, L. M., Teodoro, J. D., Kos, S. R., & Anjos, R. P. (2012). Demonstração dos Fluxos de Caixa: análise de diferenças de procedimentos de divulgação entre empresas listadas nas bolsas de valores de São Paulo, Frankfurt, Milão e Londres. Revista de Contabilidade e Controladoria, 4(2), 37-51.

Silva, D. M., Martins, V. A., Lemes, S. (2016). Escolhas contábeis: reflexões para a pesquisa. Revista Contemporânea de Contabilidade, 13(29), 129-156.

Stadler, C., & Nobes, C. W. (2014). The Influence of Country, Industry, and Topic Factors on IFRS Policy Choice. Abacus, 50(4), 386-421.

Telles, S. V., & Salotti, B. M. (2015). Divulgação da informação contábil sobre depreciação: o antes e o depois da adoção das IFRS. Revista Universo Contábil, 11(2), 153-173.

Publicado

2019-03-12

Como Citar

Mendes da Silva, D., & Aversari Martins, V. (2019). POLÍTICAS CONTÁBEIS RECOMENDADAS NAS NORMAS E ESCOLHAS CONTÁBEIS PREDOMINANTES EM COMPANHIAS ABERTAS E FECHADAS NO BRASIL. Advances in Scientific and Applied Accounting, 11(3), 372–390. Recuperado de https://asaa.emnuvens.com.br/asaa/article/view/346

Edição

Seção

ARTIGOS