Efeito do Ciclo Econômico na Relação do Conservadorismo Contábil com a Agressividade Tributária

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14392/asaa.2024170308

Palavras-chave:

Conservadorismo contábil, Agressividade tributária, Ciclo econômico, BEPS

Resumo

Objetivo: este estudo analisou o efeito do ciclo econômico na relação do conservadorismo com a agressividade tributária nas empresas dos países que compõem o grupo diretor do Base Erosion and Profit Shifting (BEPS).

Método: utilizou-se uma amostra de 73.473 observações firma-ano de 21 países que compõem o grupo no período de 2012 a 2021. Esta foi analisada por meio de estatística descritiva, e análise de regressão multinível (RMN).

Resultados: entre os resultados destaca-se que empresas mais conservadoras são menos agressivas tributariamente em momentos de contração e recessão econômica. Foi evidenciada uma relação distinta entre os estágios do ciclo econômico. Dessa forma, analisar o ciclo econômico contribui para a percepção de que a situação econômica pela qual o país está passando é relevante para as decisões dos gestores.

Contribuições: a RMN em nível de país permite que os resultados contribuam com pesquisadores, minimizando potenciais vieses de diferenças em escalas econômicas e culturais. A contribuição prática tem foco nos reguladores e nos objetivos do BEPS. O BEPS desde 2020 vem passando por reformulações de forma a levar suas práticas e legislação a países menos desenvolvidos não pertencentes ao grupo. Diante dos resultados encontrados percebe-se que justamente esse grupo de países pode ser o beneficiado por potencialmente já ter práticas menos agressivas em empresas mais conservadoras. Já os participantes do mercado de capitais poderão entender que o cenário econômico leva também à manipulação interna das informações contábeis, reduzindo a assimetria e melhorando a qualidade da informação utilizada por estes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Ardillah, K., & Halim, Y. (2022). The Effect of Institutional Ownership, Fiscal Loss Compensation, and Accounting Conservatism on Tax Avoidance. Journal of Accounting Auditing and Business, 5(1), 1-15. https://doi.org/10.24198/jaab.v5i1.37310

Ball, R., & Shivakumar, L. (2005). Earnings Quality in UK Private Firms: Comparative Loss Recognition Timeliness. Journal of Accounting and Economics, 39(1), 83–128. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2004.04.001

Ball, R., Kothari, S. P., & Nikolaev, V. V. (2013). Econometrics of the Basu asymmetric timeliness coefficient and accounting conservatism. Journal of Accounting Research, 51(5), 1071-1097. https://doi.org/10.1111/1475-679X.12026

Barrick, J. A. & Brown, J. L. (2019). Tax-Related Corporate Political Activity Research: A Literature Review. Journal of the American Taxation Association, 41 (1), 59–89. https://doi.org/10.2308/atax-52026

Basu, S. (1997). The Conservatism Principle and the Asymmetric Timeliness of Earnings, Journal of Accounting and Economics, 24 (1), 3–37. https://doi.org/10.1016/S0165-4101(97)00014-1

Beaver, W. H., & Ryan, S. G. (2005). Conditional and unconditional conservatism: Concepts and modeling. Review of accounting studies, 10(2), 269-309. https://doi.org/10.1007/s11142-005-1532-6

Bliss, J. H. (1924). Management Through Accounts. The Ronald Press Co, New York. http://babel.hathitrust.org/cgi/pt?id=wu.89097131643;view=1up;seq=126

Bloom, R. (2018). Conservatism in Accounting: A Reassessment. The Accounting Historians Journal, 45(2), 1–15. http://www.jstor.org/stable/45409069

Burns, A. F., & Mitchell, W. C. (1946). Measuring business cycles. National bureau of economic research.

Bushman, R. M., & Piotroski, J. D. (2006). Financial reporting incentives for conservative accounting: The influence of legal and political institutions. Journal of accounting and economics, 42(1-2), 107-148. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2005.10.005

Chen, S., Ye, Y., & Jebran, K. (2022) Tax enforcement efforts and stock price crash risk: Evidence from China. Journal of International Financial Management & Accounting, 33(2), 193-218. https://doi.org/10.1111/jifm.12145

Chiachio, V. F. D. O., & Martinez, A. L. (2019). Efeitos do Modelo de Fleuriet e Índices de Liquidez na Agressividade Tributária. Revista de Administração Contemporânea, 23, 160-181. https://doi.org/10.1590/1982-7849rac2019180234

Chiarini, B., Ferrara, M., & Marzano, E. (2022). Tax evasion and financial accelerator: A corporate sector analysis for the US business cycle. Economic Modelling, 108, 105780. https://doi.org/10.1016/j.econmod.2022.105780

Cooper, M., & Nguyen, Q. T. K. (2020). Multinational enterprises and corporate tax planning: a review of literature and suggestions for a future research agenda. International Business Review, 29(3), 101692. https://doi.org/10.1016/j.ibusrev.2020.101692

Costa, L. G. B., & Castro, E. L. (2020). Agressividade Tributária e Remuneração dos Acionistas no Setor de Utilidade Pública. In: XX USP International Conference in Accouting. Anais.

Devine, C. T. (1963). The Rule of Conservatism Reexamined. Journal of Accounting Research, 1(2), 127–138. https://doi.org/10.2307/2489851

Duong, H. K. (2023). Gerenciamento de ganhos reais durante crises econômicas. Journal of International Accounting Research, 22(3), 97–128. https://doi.org/10.2308/JIAR-2021-093

Fatchan, F. H., & Widagdo, A. K. (2021). Perplexity in Accounting Conservatism: a Critical Review. Riset Akuntansi dan Keuangan Indonesia, 6(1), 42-53. http:// 10.23917/reaksi.v6i1.13824

Fávero, L. P. L., & Confortini, D. (2010). Modelos multinível de coeficientes aleatórios e os efeitos firma, setor e tempo no mercado acionário Brasileiro. Pesquisa Operacional, 30(3), 703-727. https://doi.org/10.1590/S0101-74382010000300011

Fávero, L. P., & Belfiore, P. (2021). Manual de análise de dados: estatística e modelagem multivariada com Excel®, SPSS® e Stata®. Gen LTC

Finley, A. R., & Stekelberg, J. (2022). Measuring Tax Authority Monitoring. Journal of the American Taxation Association, 44(1), 75–92. https://doi.org/10.2308/JATA-2020-026

França, T. S., & Bezerra, F. A. (2022). Agressividade tributária nas empresas de capital aberto que atuam em mercado regulado. Revista Ambiente Contábil, 14(1), 110-130. https://doi.org/10.21680/2176-9036.2022v14n1ID23934

Gao, L. (2022). Accountant CFOs and corporate tax avoidance. Journal of Corporate Accounting & Finance, 33, 164– 184. https://doi.org/10.1002/jcaf.22527

Garcia Lara, J. M., Osma, B. G., & Penalva, F. (2020). Conditional conservatism and the limits to earnings management. Journal of Accounting and Public Policy, 39(4), 106738. https://doi.org/10.1016/j.jaccpubpol.2020.106738

Giersch, H. (1984). The Age of Schumpeter. The American Economic Review, 74(2), 103–109. https://www.jstor.org/stable/1816338

Goldszmidt, R. G. B, Brito, L. A. L., & Vasconcelos, F. C. (2007). O efeito país sobre o desempenho da firma: uma abordagem multinível. Revista de Administração de Empresas, 47, 1-14. https://doi.org/10.1590/S0034-75902007000400003

Green, D. H., & Kerr, J. N. (2022). How Do Firms Use Cash Tax Savings? A Cross-Country Analysis. Journal of the American Taxation Association, 44(1), 93-121. https://doi.org/10.2308/JATA-19-027

Guenther, D. A., Krull, L. K., & Williams, B. M. (2021). Identificando Diferentes Tipos de Evasão Fiscal: Implicações para a Pesquisa Empírica. Journal of the American Taxation Association, 43 (1), 27–50. https://doi.org/10.2308/jata-17-044

Hanlon, M., & Heitzman, S. (2010). A review of tax research. Journal of accounting and Economics, 50(2-3), 127-178. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.002

Hartmann, C. F., & Martinez, A. L. (2020). Agressividade fiscal e as empresas de auditoria Big4. Revista de Administração, Ciências Contábeis e Sustentabilidade, 10(2), 37–46. https://doi.org/10.18696/reunir.v10i3.843

Hattingh, J. (2020). The Relevance of BEPS Materials for Tax Treaty Interpretation. Bulletin for International Taxation, 74, 179-196. SSRN: https://ssrn.com/abstract=3683850

Hendriksen, E. S., & Breda, M.F. V. (1999). Teoria da Contabilidade. Grupo GEN.

Hossain, M., Lobo, G. J., & Mitra, S. (2023). Risco político ao nível da empresa e elisão fiscal corporativa. Rev Quant Finan Acc, 60, 295–327. https://doi.org/10.1007/s11156-022-01095-3

Jebran, K., Chen, S., & Zhang, R. (2022). Board social capital and stock price crash risk. Review of Quantitative Finance and Accounting, 58(2), 499-540. https://doi.org/10.1007/s11156-021-01001-3

Jenkins, D.S., Kane, G.D. & Velury, U. (2009), Earnings Conservatism and Value Relevance Across the Business Cycle. Journal of Business Finance & Accounting, 36, 1041-1058. https://doi.org/10.1111/j.1468-5957.2009.02164.x

Joshi, P. (2020). Does private country‐by‐country reporting deter tax avoidance and income shifting? Evidence from BEPS Action Item 13. Journal of Accounting Research, 58(2), 333-381. https://doi.org/10.1111/1475-679X.12304

Kabir, M. H., & Laswad, F. (2014). The behaviour of earnings, accruals and impairment losses of failed New Zealand finance companies. Australian Accounting Review, 24(3), 262-275. https://doi.org/10.1111/auar.12028

Khan, M., & Watts, R. L. (2009). Estimation and empirical properties of a firm-year measure of accounting conservatism. Journal of Accounting and Economics, 48(2-3), 132-150. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2009.08.002

Klein, A., & Marquardt, C. A. (2006). Fundamentals of accounting losses. The Accounting Review, 81(1), 179-206. https://doi.org/10.2308/accr.2006.81.1.179

Kothari, S., Ramanna, K., & Skinner, D. (2010). Implications for GAAP from an analysis of positive research in accounting. Journal of Accounting and Economics, 50(2-3), 246-286. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.003

LaFond, R., & Watts, R. L. (2008). The Information Role of Conservatism. The Accounting Review, 83(2), 447–478. http://www.jstor.org/stable/30245364

Lanis, R., & Richardson, G. (2015). Is corporate social responsibility performance associated with tax avoidance? Journal of Business Ethics, 127, 439–457. https://link.springer.com/article/10.1007/s10551-014-2052-8

Li, G., & Masui, T. (2019). Assessing the impacts of China's environmental tax using a dynamic computable general equilibrium model. Journal of cleaner production, 208, 316-324. https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2018.10.016

Lietz, G. (2013). Tax Avoidance vs. Tax Aggressiveness: A Unifying Conceptual Framework (SSRN Scholarly Paper. ID 2363828). Rochester, NY: Social Science Research Network. https://papers.ssrn.com/abstract,v.2363828

Lismiyati, N., & Herliansyah, Y. (2021). The Effect Of Accounting Conservatism, Capital Intensity And Independent Commissionerson Tax Avoidance, With Independent Commissioners As Moderating Variables (Empirical Study On Banking Companies On The Idx 2014-2017). Dinasti International Journal of Economics, Finance & Accounting, 2(1), 55-70. https://doi.org/10.38035/dijefa.v2i1.798

Martinez, A. L. (2017). Agressividade tributária: um survey da literatura. Revista de Educação e Pesquisa em Contabilidade, 11, 106-124. http://dx.doi.org/10.17524/repec.v11i0.1724

Martinez, A. L., Santana Júnior, J. L. D., & Sena, T. R. (2022). Tax aggressiveness as a determining factor of conditional conservatism in Brazil. Revista Contabilidade & Finanças, 33. https://doi.org/10.1590/1808-057x20221484.en

Moore, R. D. (2021). The Concave Association between Tax Reserves and Equity Value. Journal of the American Taxation Association. 43(1), 107–124. https://doi.org/10.2308/JATA-17-109

Nunes, A. M. R. (2010). O modelo linear misto multinível na análise do efeito do desbaste de pinheiros na recuperação ecológica de uma pedreira calcária. (Doctoral dissertation), Lisboa, Portugal

Hidayanto, N., Erasashanti, A. P., Winarti, C. E., & Wahyuningsih, E. (2021). The Effect of Financial Distress and Accounting Conservatism on Tax Avoidance with Leverage As Moderating Variable. Russian Journal of Agricultural and Socio-Economic Sciences. https://doi.org/10.18551/rjoas.2021-11.09

Oskouei, Z. H., & Sureshjani, Z. H. (2021). Studying the relationship between managerial ability and real earnings management in economic and financial crisis conditions. International Journal of Finance & Economics, 26(3), 4574-4589. https://doi.org/10.1002/ijfe.2031

Paulo, E., & Mota, R. H. G. (2019). Business cycles and earnings management strategies: a study in Brazilian public firms. Revista Contabilidade & Finanças, 30, 216-233. https://doi.org/10.1590/1808-057x201806870

Paulré, B. (2004). L’analyse évolutionniste contemporaine du changement technique et de l’innovation. Cahiers lillois d’Économie et Sociologie, 43–44, 191–241. https://www.torrossa.com/en/resources/an/5110440#page=191

Pereira, C., & Cerqueira, A. (2023). Conservadurismo contable y condiciones económicas: evidencia en los países PIGS y en Reino Unido: Accounting conservatism and economic conditions: Evidence from the GIPS and the UK. Revista de Contabilidad - Spanish Accounting Review, 26(1), 46–58. https://doi.org/10.6018/rcsar.428821

Raphael, J. H., & Jack, S. (2020) Rethinking international taxation and energy policy post COVID-19 and the financial crisis for developing countries. Journal of Energy & Natural Resources Law, 38(4), 465-473. https://doi.org/10.1080/02646811.2020.1796315

Sa’ad, H. N., Abubakar, Z., & Suleiman, S. (2023). Accounting conservatism and

corporate tax avoidance. International Journal of Banking and Finance, 18(1), 51-66. https://doi.org/10.32890/ ijbf2023.18.1.3

Santos, C. K. S., Costa, P. S., & Silva, P. R. (2016). Relação entre book-tax differences e conservadorismo contábil: Um estudo das companhias abertas de países da América Latina. Revista Contemporânea de Contabilidade, 13(30), 160-192. http://dx.doi.org/10.5007/2175-8069.2016v13n30p160

Santos, D. C. D., Guimarães, G. O. M., & Macedo, M. A. S. (2019). Gerenciamento Tributário e Qualidade da Informação Contábil: Análise do Impacto da Agressividade Tributária na Capacidade Informacional do Lucro para o Mercado Brasileiro de Capitais. Pensar Contábil, 21(74), 3-10.

Schumpeter, J. A. (1939). Business Cycles: A Theoretical, Historical and Statistical Analysis of the Capitalist Process. New York: McGraw-Hill Book Company.

Scott, W. R. (2015). Financial accounting theory. Seventh edition. Pearson

Shevlin, T. (2020). An Overview of Academic Tax Accounting Research Drawing on U.S. Multinational Taxation. Journal of International Accounting Research, 19 (3), 9–17. https://doi.org/10.2308/JIAR-2020-065

Souza, E. P., & Costa, B M. N. (2022). Impactos econômicos da covid-19 em cooperativas de Catolé do Rocha PB: contribuição do profissional contábil. ConTexto - Contabilidade Em Texto, 22(51), 2–16. Recuperado de https://seer.ufrgs.br/index.php/ConTexto/article/view/124445

Van Apeldoorn, L. (2018). BEPS, tax sovereignty and global justice. Critical Review of International Social and Political Philosophy, 21(4), 478-499. https://doi.org/10.1080/13698230.2016.1220149

Wang, F., Xu, S., Sun, J., & Cullinan, C. P. (2020). Corporate tax avoidance: A literature review and research agenda. Journal of Economic Surveys, 34(4), 793-811. https://doi.org/10.1111/joes.12347

Watts, R. L. (2003). Conservatism in Accounting Part I: Explanations and Implications. Accounting Horizons, 17(3), 207– 221. https://doi.org/10.2308/acch.2003.17.3.207

Zhong Y., & Li, W. (2017). Accounting Conservatism: A Literature Review. Australian Accounting Review, 27(2), 195-213. https://doi.org/10.1111/auar.12107

Publicado

2025-04-28

Como Citar

Castro, E. L., Pain, P., Bianchi, M., & Vendruscolo, M. I. (2025). Efeito do Ciclo Econômico na Relação do Conservadorismo Contábil com a Agressividade Tributária. Advances in Scientific and Applied Accounting, 17(3), 180–193/194. https://doi.org/10.14392/asaa.2024170308

Edição

Seção

ARTIGOS