Tom do topo e auditoria interna: Análises do ambiente de governança do SUS

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14392/asaa.2023160209

Palavras-chave:

Riscos, Alta Administração, Ambiente de controle

Resumo

Objetivo: Este artigo analisou a percepção dos servidores federais da auditoria interna do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto à estrutura de governança e Tom do Topo (TdT) do Ministério da Saúde (MS).

Método: Para isso, adotou a estratégia de levantamento ou survey. Os dados foram coletados com a aplicação de um questionário a todos os servidores que atuam na unidade de auditoria interna vinculada ao MS, Auditoria-Geral do Sistema Único de Saúde (AudSUS) (Auditoria-Geral do Sistema Único de Saúde, antigo Denasus) e tem duas dimensões: o ambiente de controle e a auditoria e o TdT, ambas na esfera federal. A coleta de dados resultou em 233 respostas completas, 54% dos convites enviados. As dimensões foram mensuradas por meio de escalas de atitudes com cinco níveis e a análise dos dados contou com técnicas quantitativas, entre elas, as frequências, percentuais, médias e desvios (quando variáveis contínuas), alpha de Cronbach e V de Cramer.

Resultados: A partir da percepção dos respondentes, observou-se fragilidades na condução dos papeis dos atores de governança, assim como no ambiente de controle organizacional e na independência e autonomia da auditoria interna. Destaca-se também baixo amadurecimento da integração da unidade de auditoria interna com os atores da governança. Esses resultados demonstram desalinhamento e entre o topo e a auditoria interna que prejudica a comunicação, impacta na autonomia e efetividade dos trabalhos da auditoria interna.

Contribuições: O estudo contribui para o aprimoramento da governança e da auditoria interna do setor público, em especial do MS.

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Publicado

2023-10-24

Como Citar

Hohenfeld Macedo dos Santos, R., Demarche Minatti Ferreira, D., Martins Dias Maragno, L., & Mussoi Ribeiro, A. (2023). Tom do topo e auditoria interna: Análises do ambiente de governança do SUS. Advances in Scientific and Applied Accounting, 16(2), 236–247/248. https://doi.org/10.14392/asaa.2023160209

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